Após sete longos anos de espera, a CD Projekt Red finalmente veio lançando várias notícias e informações sobre seu mais novo game, Cyberpunk 2077, que será um game de RPG de mundo aberto. O jogo, que foi anunciado em 2012, antes mesmo até de The Witcher 3, vem causando um hype inacreditável e com certeza já é o jogo mais esperado do próximo ano.
Muita expectativa vem sendo criada em torno do jogo que vem com a promessa de revolucionar o gênero, trazendo uma infinidade de escolhas ao jogador, tanto em customizações como na história.
Após o sucesso, o mundo aberto fantástico e as mecânicas empregadas em The Witcher 3, somados aos sete longos anos de espera e toda as promessas, este pode ser um jogo que irá revolucionar a indústria de fato, e nós trazemos a vocês quase que um "guia" de tudo o que já foi revelado sobre o game.
O que é?
O jogo será produzido pela CD Projekt Red, estúdio polonês também responsável pela franquia The Witcher. Vale dizer, que até todos os jogos do estúdio foram no universo do bruxo Geralt, o que já é mais do que atestado que a equipe sabe fazer jogos de mundo aberto.
Cyberpunk 2077 será baseado no RPG de mesa Cyberpunk 2020, criado por Mike Pondsmith em 1988, que foi um dos primeiros a explorar a ambientação cyberpunk, que ficou amplamente conhecida por seus pioneiros William Gibson e Bruce Sterling.
A parceria com a CD Projekt só foi possível porque os desenvolvedores eram muito fãs do RPG de mesa original e tinham respeito pelo material original, o que levou ao criador, Pondsmith se tornar consultor da desenvolvedora e participou da produção do game.
Recentemente a A R. Talsorian Games também anunciou Cyberpunk Red, um RPG de mesa que servirá como uma espécie de prequel para Cyberpunk 2077. O jogo de tabuleiro se trata de uma versão atualizada de Cyberpunk 2020. Em resumo Cyberpunk 2077 é um RPG com elementos básicos de FPS com foco na narrativa,
A proposta do game é colocar o jogador na pele de V, o(a) protagonista que será totalmente personalizável, que vive em um mundo futurístico destruído por guerras, abuso da tecnologia, extrema poluição e caos social.
Para piorar, a região agora é controlada por megacorporações nada altruístas. Nesse cenário, o game vai explorar um universo sombrio, cruel e realista que promete não economizar na violência e no gore.
O jogo será lançado em 16 de abril de 2020 completamente em português para PS4, Xbox One, PC.
O incrível mundo aberto
O jogo se passará em Night City, uma megalópole distópica localizada na costa do Estado Livre da Califórnia do Norte inspirada em San Francisco e Los Angeles. É um lugar fascinante, mas também decadente e violento. Em 2077, ela foi considerada o pior lugar do país para se viver.
No game, os Estados Unidos passaram a depender de megacorporações para sobreviver, companhias de vários ramos como robótica, biotecnologia, comunicações e armamentos, com muitas delas agindo até mesmo acima da lei.
Night City tinha mais de 5 milhões de habitantes no ano de 2020, assim sendo, se espera que esse número seja bem maior no ano de 2077. Nas ruas da cidade existem NPCs de todos os tipos, todos vivendo sua rotina com ciclos de dia e noite, e muitos vivendo em mega construções, que são complexos verticais gigantescos abrigando micro sociedades.
O estúdio prometeu a cidade mais realista já feita em um game de mundo aberto e pelo menos quatro vezes maior que o mapa de The Witcher 3 e aina prometem que tudo isso irá rodar sem telas de carregamento em transições de um ambiente ao outro.
A exploração no jogo também se dará de forma muito vertical, graças as mega construções e prédios enormes, mas não só isso, pois o jogo também conta com seis distritos que terão suas peculiaridades.
Os distritos de Night City
- Watson: um centro corporativo abandonado, decadente, influenciado pela cultura oriental e repleta de imigrantes que comandam bazares contrabandistas e mercadinhos escondidos;
- Pacifica: sendo conhecida como “Zona de Combate”, ironicamente é a área mais perigosa e pobre da cidade devido às atividades ilegais de gangues que dominam a área;
- City Center: a área mais rica de Night City, dominada pelas megacorporações e conhecida como a “área luxuosa” da região;
- Westbrook: é uma área turística, sendo uma espécie de playground para pessoas ricas;
- Heywood: é um distrito residencial imenso com forte influência latina e que sofre com problemas das gangues perigosas;
- Santo Domingo: onde ficam as usinas de energia, fábricas e indústrias que abastecem toda Night City.
Dentro de cada distrito terão algumas espécies de bairros, que são subdistritos e além destes citados, Night City também terá vários terrenos baldios em certos locais para o jogador explorar fora das áreas da cidade.
Cada distrito tem suas próprias regras e peculiaridades. Quem é autoridade em um lugar, não será no outro. Por exemplo, os Voodoo Boys são as “autoridades” em Pacifica, então não veremos policiais por lá, sendo assim, em cada local que formos, teremos inimigos diferentes para lidar, como os Scavengers, que sequestram pessoas para roubar implantes, como se fossem traficantes de órgãos, e os Maelstrom, que são obcecados com modificações corporais através de implantes cibernéticos e tentam se tornar cada vez mais máquinas e menos humanos.
Os personagens até agora
Além do mercenário e protagonista da história chamado V, teremos alguns outros personagens, incluindo alguns aliados marcantes, como por exemplo Jackie Welles, um assassino de aluguel de origem latina e também nosso suporte remoto chamado T-Bug que auxilia no início do game. O doutor Victor Vector, um cirurgião clandestino, que faz implantes cibernéticos no protagonista.
Além destes também contaremos com o apoio de Dexter DeShawn, um atravessador (uma pessoa que faz coisas acontecerem, incluindo arranjar assassinatos, sequestros, tráficos e contrabandos) de alto nível. E é claro, temos também Johnny Silverhand, o personagem interpretado por Keanu Reeves.
Johnny Silverhand, é um personagem da classe dos Rockerboy, os músicos rebeldes. Ele é ex-guitarrista e ex-vocalista da banda Samurai e será uma espécie de holograma que acompanha nosso protagonista, graças a um chip especial que ele tem implantado em sua cabeça. Vale dizer que os produtores disseram que Silverhand é o segundo personagem com mais falas em todo o game, atrás somente de V.
Personalização e classes
O nosso protagonista será totalmente customizável, e poderemos escolher sexo, etnia, fisionomia, tipo físico, cabelo, tatuagens e muito mais. Vale dizer, que o jogo não contará somente com os sexos feminino e masculino, uma vez que os produtores afirmaram que querem dar total escolha aos jogadores, podendo transitar entre inúmeros gêneros.
Além de nossa aparência física e voz, também será possível definir eventos do passado que afetam a nossa personalidade e motivações, além de atributos como força, reflexos e o carisma, que definirá muito de sua interação com os NPC's.
A sua classe, por outro lado, não será determinada na criação do personagem mas sim pelo modo como você vai jogar, se assemelhando a Skyrim. No RPG de mesa original, existem ao todo oito classes e todas elas serão inseridas de alguma forma na história e ambientação do jogo, afetando indiretamente o protagonista, porém, nós teremos a opção de "escolher" (ou se tornar) apenas três delas:
- Netrunner: hackers com um sistema de interface cibernético implantado em alguma parte do corpo. Por ser uma classe de hackeamento, é ideal para jogadores que preferem abordagens mais furtivas;
- Techie: técnicos e especialistas em tecnologia cibernética que trabalham ilegalmente. É uma classe voltada para a engenharia e criação de armas e equipamentos;
- Solo: mercenários e assassinos de aluguel, uma classe basicamente focada em combates diretos com base em força e velocidade do personagem.
O sistema de status, que são tributos como “Força”, “Tecnologia” e “Inteligência”, está interligado diretamente às classes. As escolhas feitas e o visual de V serão alguns dos recursos que vão moldar a quantidade de cada característica.
Como esperado de um universo Cybperunk, contaremos é claro com implantes, que são uma espécie de upgrades que podem ser dérmicos ou ópticos, cada um com uma função diferente. Por exemplo, é possível implantar uma perna mecânica que possibilita um salto duplo, que fará o personagem alcançar lugares que não podia antes (e que não poderá alcançar se não fazer o implante).
Alguns também ajudam no estilo de combate do jogador, que pode ser stealth ou mais agressivo. Já os upgrades ópticos alteram a interface que é totalmente modificável e parece se misturar de forma natural com a ambientação. Esse conceito é para integrar mais ainda o jogador na narrativa. Mas vale lembrar que é totalmente opcional realizar ou não esses implantes e, será possível completar o jogo sem nenhuma aquisição.
Interações com ambientes e relacionamentos
Por se tratar de um RPG, já era esperado que o game focasse imensamente em exploração, e de fato é assim. Para vagarmos pela gigantesca Night City, poderemos fazer o uso de carros e motos, porém, os produtores limitaram esse aspecto e não teremos como acessar os carros voadores no game. Além disso também teremos interação com ambiente, como letreiros de propaganda interativos que fornecem localização de onde comprar o produto anunciado; elementos destrutíveis, como colunas e paredes e etc. Além de claro, como já foi dito, a exploração vertical, aonde poderemos entrar em lugares fechados e explorá-los também.
Assim com Mass Effect, e como no próprio The Witcher, poderemos desenvolver relacionamentos românticos e sexuais. Existem NPCs héteros, gays e bissexuais e você decide com suas escolhas como e com quais personagens vai se envolver e cada um com suas particularidades.
Para se relacionar com algum NPC, além de desenvolver uma conversa e afins, o nosso vestuários irá impactar isso a primeira vista, tal qual no mundo real, aonde nos vestimos de acordo com alguma tribo ou gosto específico.
Além de interações românticas, também teremos inúmeras lojas para compra de itens cosméticos, de aparência, armas, implantes e afins.
Gameplay
Assim como as opções de persuasão irão depender de nosso carisma, o combate também depende do quão forte ou capaz seu personagem será. Praticamente todas as armas e cyberwares tem uma opção não letal, permitindo que você desacorde ou imobilize o inimigo em vez de matá-lo. Inclusive, já foi confirmado que será possível terminar o jogo sem realizar nenhuma morte, porém, tudo dependerá da sua habilidade furtiva e também do quão evoluído está seu personagem e seus aparatos para que isso seja possível.
Teremos opções enfrentamento corpo a corpo ou com armas cheias de funções especiais, como a tecnoescopeta, com balas que atravessam paredes e que podem ser energizadas ou a arma inteligente Kang Tao Tipo 41. As balas dela rastreiam e seguem o alvo. E é claro, também poderemos usar armas brancas como katanas ou facões. Cada tipo de arma será melhor contra algum tipo de inimigo, cabendo a nós analisarmos a melhor opção. Aqui também vemos que a CD Projekt visa dar liberdade ao jogador para escolher o seu 'modus operandi' e como agirá em cada situação.
Para conseguirmos fazer a maior parte das transações no game, teremos uma moeda em Cyberpunk que é chamada de “eddie”, que é um apelido pra “euro-dólar”, uma junção das moedas norte-americana e europeia que se tornaram uma.
Para explorar todo esse vasto mundo, teremos inúmeros meios de transporte, que passam por motos e carros, que poderemos comprar ou simplesmente roubar pela cidade.
Os veículos também terão interface, mas uma mais padrão. O jogador poderá “invocar” um de seus carros ou moto em qualquer lugar que ele esteja e servirá como um "assobio" em The Witcher 3, aonde nosso cabalo vem ao nosso encontro. Por se tratar de um game futurístico aonde os carros possuem maior tecnologia, o fato se justifica.
Aspectos Técnicos e outros pontos
O jogo possui uma perspectiva em primeira pessoa, o que de início frustrou algumas pessoas que desejavam ver seu personagem, com implantes e acessórios, porém, os desenvolvedores deram a justificativa de como você não controla um personagem pré-definido, tal como era o caso do Geralt em The Witcher, eles acreditam que, junto com a customização, estar em primeira pessoa vai fazer o jogador se sentir realmente um personagem único que vive em Night City. Você só vai ver a câmera mudar para a terceira pessoa durante a pilotagem de veículos e durante as cutscenes. Segundo os produtores isso faz parte do processo de imersão no game.
O recurso Photo Mode (ou Modo Fotografia), que está presente em boa parte dos jogos hoje em dia e nos permite tirar ótimas screenshots, está nos planos dos desenvolvedores segundo uma resposta no twitter oficial da empresa.
Já o multiplayer por sua vez era algo até então não comentado neste game, mas durante a E3 2019, os produtores afirmaram que dedicaram todo o seu foco e esforços para o modo campanha do game e, que a principio o jogo não contará com um modo online, entretanto isso pode entrar em análise para discussão e o recurso ser adicionado ao jogo futuramente.
Os desenvolveres foram bem claros em relação a DLC's e o suo de microtransações no game. A respeitos de expansões, foi comentado que será algo como foi em The Witcher 3, com possíveis expansões grandes e pagas; Além disso eles comentaram também sobre os sistemas antipirataria que obrigam você estar online 100% do tempo nos PC's e disseram que o jogo não conterá esse tipo de recurso. Sobre microtransações, foi algo curto e grosso: “em um RPG single player? Tá maluco?”.
Além do visual e ambientação, que já vimos estar simplesmente fenomenal, um dos pontos de extrema importância num cenário cyberpunk são os sons. Quanto a isso, podemos também ficar relaxados, pois a ambientação musical do jogo tá nas mãos do mesmo compositor de The Witcher 3: Wild Hunt, Marcin Marcin Przybylowicz.
E aí, curtiu esse nosso "guia" para Cyberpunk 2077? Agora você está mais do que preparado para se engajar nesse fantástico mundo e só no resta aguardar ansiosos por esse que promete ser um marco na história dos games.